Acidente é um acontecimento imprevisto, inesperado. Não significa, contudo, que não possa ser evitado, se adotarmos práticas prudenciais, como guardar medicamentos e material de limpeza fora do alcance das crianças. Isso é fundamental porque, conforme o Ministério da Saúde, os acidentes ou lesões não intencionais são as principais causas de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil.

 

Móveis e Decoração

A criança não é um adulto pequeno e, portanto, quem decide ter filhos tem de adaptar a casa aos novos moradores. Veja algumas dicas:

  • Opte por móveis com cantos arredondados;
  • Se houver móveis dos quais não queira se desfazer que tenham cantos afiados, coloque proteções macias e com bordas redondas nesses locais;
  • Instale prateleiras longe das camas;
  • Verifique a qualidade das maçanetas das portas (crianças podem ficar trancadas acidentalmente em cômodos e armários);
  • Prefira cercados de malha para bebês, e não compre andadores com rodas;
  • Verifique se todos os parafusos e ajustes do berço estão bem apertados, sem nenhuma aresta para fora;
  • A cama deve ter grade de proteção até a criança completar cinco anos;
  • Se possível, não compre beliches. Caso tenha este móvel, a cama superior não deverá ser usada por crianças com menos de seis anos e terá de contar com barreiras de proteção;
  • Cuidado com mesas de tampo de vidro e espelhos;
  • Remova todos os móveis instáveis (que possam ser facilmente puxados, derrubados e escalados) para área inacessível à criança. Além disso, atenção às cadeiras de balanço e reclinadores, em que os dedos da criança possam ser esmagados ou ficarem presos;
  • Guarde itens mais pesados nas prateleiras mais baixas ou nas gavetas inferiores;
  • Não ponha em cima de móveis controles remotos, doces, brinquedos ou outros itens que atraiam as crianças;
  • Móveis leves, como bancos e cadeiras, podem ser perigosamente utilizados para subir em locais mais altos. Mantenha-os longe do quarto das crianças;
  • É melhor não ter nenhum tapete ou carpete, pois acumulam pó. A criança também poderá tropeçar neles. Se forem imprescindíveis para a decoração do quarto, use modelos 100% naturais e prenda-os no chão com fita adesiva para evitar tombos, ou coloque piso aderente (emborrachado) por baixo dos tapetes;
  • O chão não deve ser de material escorregadio;
  • Evite portas de vidro na casa. Se as tiver, sinalize-as em várias alturas para se tornarem visíveis às diferentes idades (alturas) do crescimento;
  • Aplique uma película transparente autocolante nos vidros das janelas, portas, tampos de mesa etc. Isso evitará estilhaços, caso se quebrem.

 

Instalações elétricas e eletrodomésticos

A queimadura elétrica é ocasionada por uma corrente elétrica que passa pelos tecidos, causando lesões graves que afetam a qualidade de vida dos pacientes. A prevenção deste tipo de queimadura é importante para diminuir sua incidência. Algumas dicas:

  • Verifique o estado das instalações elétricas. Fios desencapados podem ser muito perigosos;
  • As tomadas devem ser protegidas por tampas apropriadas (protetores), esparadrapo, fita isolante, ou escondidas por móveis;
  • Fios elétricos devem estar isolados e longe do alcance das crianças;
  • Não use benjamins ou extensões. Muitos aparelhos ligados na mesma tomada podem ocasionar sobrecarga e curto-circuito na fiação;
  • Não deixe ventiladores ligados ao alcance de crianças;
  • Elas não devem brincar no local em que você esteja passando roupa;
  • Não deixe o ferro elétrico ligado sem adulto por perto;
  • Mantenha os fios dos outros eletrodomésticos no alto, se possível;
  • Não permita que as crianças manuseiem eletrodomésticos, como secadores de cabelos, sem acompanhamento de adulto;
  • Todos os eletrodomésticos devem ficar longe de líquidos;
  • Aparelhos pequenos podem ser facilmente esquecidos. Após o uso, desligue-os da tomada, enrole os fios e tire-os do alcance das crianças.

 

Janelas, escadas e corredores

As quedas são as principais causas de atendimento de crianças de 0 a 9 anos nas unidades de urgência do Sistema Único de Saúde, de acordo com dados do Ministério da Saúde, sendo que a maioria ocorre em casa. Por isso:

  • Certifique-se de que todas as janelas às quais a criança tenha acesso estejam travadas, trancadas ou adaptadas com travas, telas de proteção ou grades;
  • Não deixe objetos espalhados ao longo das escadas;
  • Escadas, sacadas e lajes não são lugares para brincar.

 

Áreas externas e de lazer 

  • Crianças devem ser sempre observadas quando estiverem brincando nos parquinhos. O risco de lesão será quatro vezes maior se a criança cair de um brinquedo com altura superior a 1,5 m. Verifique se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade dos pequeninos. O piso deve absorver a queda (gramas, areia e borrachões);
  • Conheça os parquinhos em que as crianças brincam – no condomínio, por exemplo. Identifique equipamentos apropriados para a idade das crianças e verifique se os equipamentos estão enferrujados, quebrados ou contêm superfícies perigosas;
  • Tire os capuzes e os cachecóis das crianças para evitar risco de estrangulamento durante as brincadeiras;
  • Ensine às crianças regras de comportamento nos parquinhos (a não empurrar, não dar encontrões e nem se amontoar). Mostre a elas quais são os equipamentos apropriados para sua faixa etária;
  • Certifique-se de que a criança, ao andar de bicicleta, patins ou skate, use roupas adequadas e tenha equipamentos apropriados de proteção, como capacetes, joelheiras e cotoveleiras; assegure-se, também, que a prática dessas atividades ocorra em locais seguros;
  • Piscinas devem ser protegidas, que não possam ser escaladas, e por portões com cadeados ou travas de segurança que dificultem o acesso dos menores;
  • O tanque de roupas deve ter fixação adequada. Além disso, evite deixá-lo cheio de água;
  • Esvazie baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e os guarde sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças;
  • Evite brinquedos e outros atrativos próximos às piscinas e reservatórios de água;
  • Boias e outros equipamentos infláveis transmitem uma falsa segurança. Eles podem estourar, virar a qualquer momento e ser levados pela correnteza. O ideal é que a criança use colete salva-vidas quando estiver em embarcações, próxima a rios, represas, mares, lagos e piscinas, e ao praticar esportes aquáticos;
  • Oriente a criança a não nadar sozinha, a respeitar as placas de proibição nas praias, a não brincar de “empurrar” dentro d’água nem simular afogamento.;
  • Só permita que as crianças empinem pipas em campos abertos, com boa visibilidade, em local sem fios nem postes de eletricidade. Oriente-as quanto aos riscos do uso do cerol e de retirar a pipa que fique enroscada na rede elétrica.