Você sabe o que é um “bebê PIG”? Não, não é nada relacionado à Peppa Pig e sua turma. Mas confesso que só me vinha na cabeça a famosa porquinha da TV na primeira vez que escutei este termo.

No entanto, é de extrema importância que todas as futuras mamães saibam do que se trata. Exames complementares durante o pré-natal , ou até mesmo tratamentos e intervenções, podem ser necessários durante a gravidez, dependendo do caso.

O bebê PIG é um bebê que nasce a termo, ou seja, de tempo “normal” de gravidez ( 37 semanas ou mais), mas que ainda assim apresenta um peso ao nascer bem inferior ao esperado.

Pode-se avaliar a possibilidade de dar a luz a um bebê PIG durante as ultrassonografias de rotina da gravidez. Durante o ultrassom, o médico faz uma avaliação do peso estimado do bebê através de algumas medições. Este peso aproximado é então avaliado na forma de percentil.

Não se esqueça de sempre perguntar ao médico qual o percentil de peso em que o bebê se encontra em cada ultrassonografia realizada durante a gestação.  

Em termos médicos, o recém-nascido pequeno para a idade gestacional (PIG) é aquele cujo peso de nascimento se situa abaixo do percentil 10 para sua idade gestacional, baseado em uma curva de crescimento intra-uterino.  Existem outros critérios que consideram como PIG os recém-nascidos com peso correspondente ao percentil 3. Muito provavelmente, um PIG que esteja abaixo de percentil 3 pode ser considerado como portador de restrição significativa do crescimento intra-uterino.

É importante ressaltar que o bebê PIG não necessariamente apresenta restrição de crescimento intra-uterino. E não obrigatoriamente representa desnutrição, já que o PIG pode ser apenas geneticamente pequeno, porém normal. Ou seja, pode ser uma característica constitucional normal do bebê, sem maiores implicações

No entanto, caso o percentil esteja abaixo de 10, ou principalmente abaixo do percentil 3, é importante conversar com o obstetra que acompanha o pré-natal para que sejam estudadas as possíveis causas. Neste caso, exames complementares deverão ser solicitados para investigação.

Existe uma série de fatores que podem contribuir para que o bebê esteja abaixo do percentil de peso esperado. Resumidamente:

  • Podem ser fatores maternos, como estatura ou idade da mãe, uso de tabaco/cigarro, narcóticos ou álcool na gestação, desnutrição materna, insuficiência placentária por doença materna (como na pré-eclâmpsia, na hipertensão primária, na doença renal ou no diabetes de longa duração), ou outras doenças maternas.
  • Ou podem ser fatores fetais, ou seja, fatores inerentes ao feto que podem influir no seu crescimento. Por exemplo, casos de baixa estatura genética constitucional, infecções congênitas diversas, alguns erros inatos do metabolismo. Ou anomalias congênitas que frequentemente transcorrem com diminuição do peso, tais como doenças genéticas.

Sempre converse com o seu obstetra e siga corretamente o pré-natal. Não há motivos para entrar em desespero caso seja detectado que bebe está abaixo do percentil esperado. A grande maioria das vezes não será nada significativo, porém é importante investigar. Quanto mais cedo começar a investigação, melhor. Isso porque, caso necessário o obstetra pode decidir por algumas intervenções, tratamentos, ou solicitação de importantes exames complementares.

 

Por Daniela Figueiredo, autora do blog Um Sonho Diferente, mãe do Rafael, de 4 anos, e da Luísa, de 1 aninho, que nasceu com uma síndrome rara chamada Wolf-Hirschhorn.