Além de convencer o pai da criança de que o nome daquele jogador de futebol não é tão sonoro, é preciso lidar com as opiniões e expectativas de uma legião de “torcedores”. Portanto, se você preferir tranquilidade na fase da escolha, tente deixar a discussão o mais restrita possível. Depois, apenas comunique a todos a decisão.

Especialista em onomástica (estudo dos nomes próprios) e antroponímia (estudo dos nomes de pessoas), a linguista Maria Vicentina do Amaral Dick divide os nomes próprios em dois grupos: os perenes, que são aproveitados sempre, e os de moda, que caem no gosto popular de tempos em tempos. “O que leva à escolha de determinado nome é a emoção, o amor, a familiaridade, as lembranças, a sonoridade. Existem os pais práticos, que vão pelos nomes da moda e não se dão ao trabalho de descobrir os significados, e os que estudam e procuram o que quer dizer pra decidir de acordo com seu modo de pensar”, enumera a estudiosa.

Ela explica que os nomes perenes são principalmente os bíblicos, como Pedro, Lucas, José e Maria. Já os de moda seguem tendências vindas dos livros, do cinema, do rádio e, hoje, principalmente da TV. “Na sociedade, existem picos de nomes simples e complicados. Há poucos anos, quanto mais letras dobradas, sem valor fonético (como “h”), ou pouco usadas (como “y”e “w”), melhor era o nome. Hoje, os simples estão em alta”, analisa.

Antigamente, os cartórios nem registravam nomes grafados de forma incorreta. Eles tinham uma cartilha para consultar e corrigiam antes de escrever no documento. Atualmente, os pais são os únicos responsáveis pelo nome que vão dar aos filhos.

Cuidados básicos

Alguns pontos devem ser estudados na hora de dar um nome ao rebento. Siga essas dicas:

– Não leve em conta apenas a sonoridade do nome. Procure conhecer e se identificar também com o significado.

– Evite formas linguísticas que você não conhece. Por exemplo, nomes japoneses, se você não domina a língua.

– Pense nos apelidos que aquele nome pode trazer. Talvez você não goste tanto deles e não tem como controlar apelidos.

– Fale em voz alta o nome e o sobrenome da criança que vai nascer. Veja se a sonoridade entre eles combina.

– Muito cuidado com nomes exóticos e de difícil pronúncia. Lembre que seu filho vai carregá-lo para o resto da vida.

– Economize nas letras dobradas e sem função. Elas só vão fazer com que você e seu filho tenham de soletrar o nome mais vezes.

– Seguir a tradição familiar, dando o nome do pai ou dos avós, é louvável. Mas, se for homenagear duas pessoas, prefira um nome composto à junção de dois nomes.

– Depois que o nome estiver devidamente decidido, nada impede que você mude assim que olhar para o rostinho do bebê. Essa emoção do primeiro contato deve ser levada em consideração.